Ecocidadania e Educação Política
Por Adelson da Costa Fernando*
Muitas são as dúvidas suscitadas em torno da contribuição que a educação pode efetivamente favorecer no processo de construção da cidadania e da democracia, para o desenvolvimento regional e para o melhoramento da qualidade de vida. Na medida em que assumimos a prática da cidadania como educação política revela-se a sua dimensão eminentemente política, principalmente quando a olhamos dentro de uma perspectiva que relaciona educação, cidadania e democracia. Muitos têm defendido que só teremos autenticamente cidadãos a partir do momento em que espaços políticos e sociais forem conquistados, quando for realmente possível entender que não se faz “para o povo” e sim “com o povo”. Na verdade, a cidadania é sempre uma relação social e só é válida se for exercitada, e é indispensável aprender a ser cidadão para poder praticá-la. Este status tem causado certos desconfortos porque vivemos numa sociedade que desmerece os valores morais, sociais e cívicos. A educação para a cidadania significa a motivação e sensibilização das pessoas para potencializar as diversas formas de participação e possibilidades de dinamização da sociedade; ela busca a materialização de uma sociabilidade fundada na educação para a participação. Uma sociedade que qualitativamente garante a todos os seus membros o acesso aos bens materiais, simbólicos e políticos, assegura a seus integrantes a condição da cidadania. Precisamos compreender que cidadão é aquele que efetivamente tem acesso aos bens materiais necessários para a sustentação de sua existência social.Obviamente, onde prevalece populismo, demagogia, corrupção e autoritarismo, há sempre a impossibilidade da atuação do cidadão. Só somos plenamente humanos se efetivamente somos cidadãos, quando temos acesso concreto aos bens que constituem os resultados das efetivas mediações de nossa existência (o trabalho, a simbolização subjetiva e as relações políticas); tais mediações são lugares da humanização, da personalização, como também o lugar privilegiado da desumanização. Assim, não tem, pois, sentido falarmos de humanização, de humanismo, de liberdade, se a cidadania não estiver lastreando a vida real dos seres humanos. Não podemos jamais esquecer que liberdade, igualdade e comunidade são componentes que constituem qualquer projeto de cidadania, pois a humanização não é um atributo que qualifica o homem só pelo fato de pertencer à espécie humana, mas porque, acima de tudo, é uma construção histórica. Quando participamos de uma comunidade, de um grupo social, não somos meros facilitadores, de certa forma temos que assumir os pretextos, os infortúnios e a história de vida da população; precisamos estimular a conscientização da comunidade dentro do contexto real na qual está inserida. Enquanto cientistas que somos, precisamos valorizar a produção do conhecimento científico no sentido de nortear nossas ações, ajudar no estabelecimento de objetivos sociais e resultar subsídios para uma inserção efetiva na comunidade. A educação só pode contribuir para a instauração da cidadania e da democracia e para o desenvolvimento social se seu investimento focalizar a dimensão construtiva das mediações do trabalho, das formas de sociabilidade e da cultura simbólica. Considerando que a eco-cidadania se refere, sobretudo, ao compromisso concreto do indivíduo em participar efetivamente como agente promotor e realizador de benefícios ao meio-ambiente, é que toda educação precisa promover uma consistente democratização entre a instituição de ensino e o pesquisador com a comunidade local, possibilitando a elaboração de saberes voltados para o contexto regional e da própria complexidade da realidade social. Na formação da consciência ambiental é preciso privilegiar a efetiva participação da comunidade nas discussões em estudo, uma vez que a abordagem da educação ambiental necessariamente interliga universidade e comunidade, promovendo concomitantemente o desenvolvimento de conhecimentos, de atitudes e de competências indispensáveis em vista da preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente e da vida planetária.
Muitas são as dúvidas suscitadas em torno da contribuição que a educação pode efetivamente favorecer no processo de construção da cidadania e da democracia, para o desenvolvimento regional e para o melhoramento da qualidade de vida. Na medida em que assumimos a prática da cidadania como educação política revela-se a sua dimensão eminentemente política, principalmente quando a olhamos dentro de uma perspectiva que relaciona educação, cidadania e democracia. Muitos têm defendido que só teremos autenticamente cidadãos a partir do momento em que espaços políticos e sociais forem conquistados, quando for realmente possível entender que não se faz “para o povo” e sim “com o povo”. Na verdade, a cidadania é sempre uma relação social e só é válida se for exercitada, e é indispensável aprender a ser cidadão para poder praticá-la. Este status tem causado certos desconfortos porque vivemos numa sociedade que desmerece os valores morais, sociais e cívicos. A educação para a cidadania significa a motivação e sensibilização das pessoas para potencializar as diversas formas de participação e possibilidades de dinamização da sociedade; ela busca a materialização de uma sociabilidade fundada na educação para a participação. Uma sociedade que qualitativamente garante a todos os seus membros o acesso aos bens materiais, simbólicos e políticos, assegura a seus integrantes a condição da cidadania. Precisamos compreender que cidadão é aquele que efetivamente tem acesso aos bens materiais necessários para a sustentação de sua existência social.Obviamente, onde prevalece populismo, demagogia, corrupção e autoritarismo, há sempre a impossibilidade da atuação do cidadão. Só somos plenamente humanos se efetivamente somos cidadãos, quando temos acesso concreto aos bens que constituem os resultados das efetivas mediações de nossa existência (o trabalho, a simbolização subjetiva e as relações políticas); tais mediações são lugares da humanização, da personalização, como também o lugar privilegiado da desumanização. Assim, não tem, pois, sentido falarmos de humanização, de humanismo, de liberdade, se a cidadania não estiver lastreando a vida real dos seres humanos. Não podemos jamais esquecer que liberdade, igualdade e comunidade são componentes que constituem qualquer projeto de cidadania, pois a humanização não é um atributo que qualifica o homem só pelo fato de pertencer à espécie humana, mas porque, acima de tudo, é uma construção histórica. Quando participamos de uma comunidade, de um grupo social, não somos meros facilitadores, de certa forma temos que assumir os pretextos, os infortúnios e a história de vida da população; precisamos estimular a conscientização da comunidade dentro do contexto real na qual está inserida. Enquanto cientistas que somos, precisamos valorizar a produção do conhecimento científico no sentido de nortear nossas ações, ajudar no estabelecimento de objetivos sociais e resultar subsídios para uma inserção efetiva na comunidade. A educação só pode contribuir para a instauração da cidadania e da democracia e para o desenvolvimento social se seu investimento focalizar a dimensão construtiva das mediações do trabalho, das formas de sociabilidade e da cultura simbólica. Considerando que a eco-cidadania se refere, sobretudo, ao compromisso concreto do indivíduo em participar efetivamente como agente promotor e realizador de benefícios ao meio-ambiente, é que toda educação precisa promover uma consistente democratização entre a instituição de ensino e o pesquisador com a comunidade local, possibilitando a elaboração de saberes voltados para o contexto regional e da própria complexidade da realidade social. Na formação da consciência ambiental é preciso privilegiar a efetiva participação da comunidade nas discussões em estudo, uma vez que a abordagem da educação ambiental necessariamente interliga universidade e comunidade, promovendo concomitantemente o desenvolvimento de conhecimentos, de atitudes e de competências indispensáveis em vista da preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente e da vida planetária.
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